Árvore de origem africana é responsável pela morte de abelhas e pode prejudicar a polinização de espécies do Cerrado
Um projeto de lei, de autoria do deputado distrital Roosevelt Vilela (PL), pretende proibir a produção de mudas, a distribuição e o plantio da Spathodea campanulata, a popular xixi-de-macaco, em todo o Distrito Federal. A proposta, em trâmite na Câmara Legislativa, que prevê multa de R$ 1 mil por unidade plantada ou cultivada, tem como pano de fundo a proteção da biodiversidade e, em especial, das abelhas — principais responsáveis pela polinização de plantas.
A matéria não é original. Cidades como Bauru já possuem propostas parecidas. No DF, o pedido para que o cultivo fosse proibido, segundo o Projeto de Lei 801/2023, que está entre as primeiras propostas a serem apreciadas no retorno do recesso, partiu do presidente do Instituto Abelha Ativa, Luís Lustosa, que destacou que a produção dessa espécie, de origem africana, causa desequilíbrio ecológico das espécies da flora do Cerrado.
A Spathodea campanulata, também conhecida como espatódea, bisnagueira, tulipeira-do-gabão, xixi-de-macaco ou chama-da-floresta, possui um néctar atraente, especialmente, para as abelhas. Devido à toxidade dele, de acordo com o projeto, “estudos em condições controladas mostraram que o néctar da planta pode causar de 53% a 88% de mortalidade”.
“As abelhas são atraídas pela grande quantidade de néctar produzido pela árvore, mas ao se alimentarem, elas acabam ingerindo a toxina presente no néctar, o que causa sérios danos a elas. A morte das abelhas é um problema sério, uma vez que elas são importantes para a polinização de muitas plantas. A redução da população de abelhas pode levar a uma diminuição na produção de alimentos e afetar a biodiversidade de forma geral”, afirma Roosevelt em seu projeto. “A preservação da biodiversidade é essencial para garantir um planeta saudável e sustentável. A sobrevivência das abelhas é um dos principais fatores para se alcançar essa meta, uma vez que elas têm um papel fundamental na manutenção da vida na Terra.”
Levantamento de 2010 afirma que, até aquele momento, existiam mais de 500 árvores dessa espécie na região do Plano Piloto. A proposta prevê que o Poder Executivo seja o responsável pela execução das políticas de controle da Spathodea campanulata e da aplicação de advertências até multa de R$ 1 mil para quem cultivá-la.